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Jovens talentos fazem sucesso na dublagem

A crescente demanda por crianças e adolescentes aumenta o número de cursos profissionalizantes da arte no eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Arthur Salerno, Isabelle Cunha e Victor Hugo, são três destaques dessa nova geração de dubladores.

Arthur Salerno, Isabelle Cunha e Victor Hugo Fernandes

(Arthur Salerno, Isabelle Cunha e Victor Hugo Fernandes - Foto: GeekLive)

 

(Isabelle Cunha, Arthur Salerno e Victor Hugo Fernandes - Foto: GeekLive )

Em breve a segunda edição da Revista Dublagem, traz uma entrevista especial com os dubladores da série Stranger Things.

Curiosidade, sonho, diversão, imitação, admiração e muita interpretação. A dublagem possui um dos fandom (comunidade composta por fãs) mais participativos e não são poucas as histórias de pessoas que são fãs da arte e que atualmente são profissionais da área. A nova demanda desse mercado tão abrangente são às crianças e adolescentes e eles vem se destacando no cenário, prometendo ser o futuro talento da dublagem brasileira, considera uma das melhores do mundo. Em virtude disso, mais turmas profissionalizantes infanto-juvenil foram surgindo no eixo Rio-São Paulo, onde se consolidou.

O fato pode ser explicado com a mudança que houve na forma de se trabalhar na área. Até os anos 80, eram os adultos responsáveis por emprestar suas vozes para meninos e meninas, em desenhos e filmes, mas com a exigência das emissoras de TV, tudo mudou e assim filhos e sobrinhos de dubladores e outros profissionais dos estúdios, começaram a ser escalados para dublar.

No Rio de Janeiro, o Instituto Artístico Brasileiro (IAB), oferecia cursos de dublagens apenas para adultos, contudo, o público infantil começou a aparecer. Fabiana Aveiro, diretora dos cursos da IAB, dubladora e pedagoga, afirma que houve um aumento na procura pelos cursos infantos-juvenis.

Foto de Divulgação - I

(Fabiana Aveiro e uma turma infantil na IAB - Foto de Divulgação)

“Quando a gente começou a turma infantil, não era como hoje, atualmente tem fila para os cursos infantil, as pessoas ligam e deixam o nome para quando surgir uma vaga e as turmas são sempre cheias.”

Fabiana, diz que os diretores não eram acostumados com jovens na dublagem, mas com tempo isso se modificou. “A partir do momento que a maioria dos diretores começou a trabalhar com crianças, os personagens para elas foram surgindo e assim tinham que se profissionalizar, aprender mais das técnicas para dublar e os cursos foram aumentando.” ressalta.

A diretora ainda lembra de um episódio marcante para IAB, que aconteceu em 2016, quando a maior parte do elenco de dublagem do filme “Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme” foram de ex-alunos e alunos do curso, contribuindo no aumento de buscas por turmas para o público infantil. Fabiana também acredita que a internet contribui muito para a valorização da dublagem. “Hoje em dia a gente tem um monte de crianças e adolescentes fazendo trabalhos legais e sendo reconhecidas, muito pelo trabalho de fãs nas redes sociais, que contribuem bastante para essa divulgação.”

Valorização da Dublagem

A televisão aberta é apontada como uma das principais responsáveis pela preferência dos brasileiros em assistir dublado. Acostumados com o que a TV oferecia, essas pessoas desejavam o mesmo nos cinemas e canais fechados e assim começou o investimento das distribuidoras em dublar seus conteúdo para atender seu público, algo que já acontece na Europa e nos Estados Unidos. Esse histórico da valorização da dublagem começa nos anos 60, com Jânio Quadros aprovando uma lei que obrigava os conteúdos estrangeiros serem dublados para ser exibidos em televisão aberta.

Com a chegada dos animes (animações japonesas) nos programas infantis televisivos, no final da década de 80, a relação fãs e dubladores ficou mais forte, principalmente com os eventos de cultura nipônica espalhados pelo Brasil, onde os atores de voz eram convidados especiais. Nesse período, os fandom sobre dublagem começaram a surgir, organizados em fóruns, sites, redes sociais e canais de YouTube. Foram os fãs responsáveis pela divulgação dos rostos por trás das vozes de personagens tão queridos pelo público, campanhas para escolha de vozes de personagens e até por exigir mais conteúdos dublados.

Gabriela Baracho, 27 anos, estudante de Publicidade e Programa, participa a três anos da página cearense de Facebook, chamada “Planeta da Dublagem” e contribui atualmente na diagramação da Revista Dublagem, lançada esse ano na plataforma digital.

Gabriela Baracho, foto de arquivo pessoal

“Os dubladores são como as vozes dos próprios atores e isso é muito impressionante, porque trás uma realidade ainda maior no que eu estou assistindo, assim consigo assistir melhor o filme e não perder nenhum detalhe de cada".

(Gabriela Baracho, locução na rádio - Foto de Arquivo Pessoal)

É nas redes sociais, seguido os perfis de estúdios de dublagem e atores de voz, que Gabriela consegue se informar, trazendo mais conteúdo e novidades para a página, onde a estudante interage, respondendo perguntas como: o que fazer para ser dublador, onde se localizam os estúdios de dublagem, qual o melhor curso de dublagem, como envio um material com minha voz aos estúdios, podem divulgar um filme/vídeo que dublei.

A jovem guarda a lembrança de ter conhecido estúdios em São Paulo, onde ganhou mais experiência no assunto e conheceu pessoalmente profissionais que tanto admira. “Depois de conhecer um pouco os bastidores, eu fiquei com mais desejo de trabalhar com voz e se um dia eu tiver oportunidade, quero muito fazer um curso de dublagem”, afirma Gabriela sonha morar em São Paulo após se formar.

Realizando um sonho

Quando criança, todos se perguntam sobre o que vão ser quando crescer. Essa foi a pergunta que o dublador Arthur Salerno, 14 anos, respondeu para sua mãe quando tinha apenas nove anos de idade em uma feira de cultura geek, assistindo uma palestra. Fã nato da dublagem, ele gostava de brincar com a voz e seu interesse foi tanto que Arthur fez um curso apenas com adultos, até começar se especializar na turma infanto-juvenil da IAB.

Com diversos personagens na jovem carreira, como o Charlie Brown no filme de 2016, o Mike da série Stranger Things e o Kion em A Guarda do Leão, Arthur conta como conheceu a dublagem e se interessou pela profissão.

“Eu via vídeos sobre dublagem no Youtube, matérias nas redes sociais e achei aquilo muito legal. Quis tentar fazer também, porque eu gostava quando os dubladores faziam várias vozes para diferentes personagens.”

(Arthur Salerno - Foto: GeekLive)

Rejane Santos, mãe do jovem dublador, apoiou o filho com pesquisas de cursos e mercado e investiu no sonho de Arthur. Ela que também é psicóloga da área de carreira profissional, sabe como a frustração e a escolha equivocada de uma profissão podem prejudicar a vida de jovem. “É o desejo pessoal que norteia a escolha profissional, possibilitando a percepção de talentos que muitas vezes só é descoberto experimentando aquela profissão.”

Como mãe e psicóloga, Rejane fala da importância de observar os filhos e respeitar as escolhas deles. “Se seu filho demonstra um interesse por uma área, experimente, veja e se não for isso, pelo menos tente, para que ambos possam perceber alguns talentos que naturalmente podem ser treinados. É muito importante se ele demonstra um interesse por uma profissão, investir nesse sonho.” ressalta.

Victor Hugo Fernandes, 13 anos, assim como Arthur, é um jovem dublador, sendo responsável pela voz do Will em Stranger Things e do Amos em Extraordinário. Ele começou a dublar também por ser fã da arte e ter como ídolos os dubladores Guilherme Briggs (voz do Superman) e Wendel Bezerra (voz do Bob Esponja).

“Eu não pensava em ser ator, mas por causa da dublagem estou me especializando e fazendo teatro”.

(Victor Hugo - Foto: GeekLive)

Já Isabelle Cunha, 14 anos, sempre foi admiradora do meio artístico e foi no teatro onde ela conheceu a dublagem e se interessou, principalmente pela oportunidade de ser várias personagens durante o dia. Ela que se destaca por trabalhos como a Onze em "Stranger Things" e a Tikki em "Miracolus - As Aventuras de Ladybug", séries que possuem uma legião de fãs, comenta um pouco da sensação de dublar no inicio da carreira.

Eu achei engraçado, fiquei um pouco nervosa! Quando eu dublei pela primeira vez eu me senti muito feliz!

(Isabelle Cunha - Foto: GeekLive)

A rotina dos jovens dubladores é bem movimentada. Eles estudam, tem escalações em vários estúdios, na semana ainda tem as sessões de fonoaudiologia e aulas de teatro. Com a noite sempre livre, eles se divertem e interagem com os fãs nas redes sociais.

Hoje, os amigos, Arthur, Victor e Isabelle, que se conheceram nos testes para elenco de voz do filme “Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme”, vivem o reconhecimento de seus trabalhos e são convidados para eventos e participam de palestras, principalmente com os fãs de Stranger Things. Agora eles desejam se especializar mais na área, para fazer um trabalho com mais qualidade para o público.

Para ser um dublador

Os profissionais indicam para todos que sonham ser dubladores investir na formação de ator com aulas de teatro, já que os cursos de dublagem estão localizados nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Também indicam pesquisar os profissionais que são responsáveis pelas aulas, pois quem ministra as aulas são dubladores com anos no mercado, se o nome deles não aparecer nos cast de dublagem é bom ter cuidado.

Cursos em São Paulo:

Cursos no Rio de Janeiro:

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